Nova Pesquisa da ECA Revela Mudança de Paradigma na Torcida da Geração Z no Futebol Uma pesquisa recente da Associação de Clubes Europeus (ECA) ofereceu uma nova perspectiva sobre o futuro do futebol em relação à próxima geração de torcedores. Contrariando a tradição de herdar paixões por clubes, os fãs atuais, com idades entre 16 e 24 anos, mostram uma preferência maior por apoiar equipes que tenham jogadores que os representem.
De acordo com o estudo, a geração Z é caracterizada por torcedores ativos, comprometidos com questões sociais e mais ligados a jogadores específicos do que a clubes. Esses novos admiradores estão até mesmo dispostos a mudar de time caso seu jogador favorito também faça uma mudança. Exemplos como o de Lionel Messi, que saiu do Paris Saint-Germain (PSG) para o Inter Miami, levando consigo milhões de torcedores, ilustram o que pode se tornar uma tendência futura.
O cenário atual destaca uma mudança significativa no papel dos atletas, que agora também se tornam protagonistas em termos de produção de conteúdo. A quantidade superior de seguidores de alguns jogadores em relação aos próprios clubes os coloca como figuras centrais. Isso enfatiza a importância de os atletas seguirem uma conduta exemplar, dentro e fora de campo, para manter esses admiradores por perto, angariar novos e atrair marcas para a realização de parcerias”, pontua Renê Salviano, CEO da Heatmap, empresa que faz a intermediação de contratos de patrocínio entre marcas, torneios, atletas e celebridades.
Mudanças nas regras
Em um período de pelo menos três a quatro anos, a International Football Association Board (IFAB) tem conduzido análises internas e discussões com autoridades sobre possíveis mudanças nas regras do futebol. Uma das propostas mais recentes tem ganhado força para ser implementada já em 2024, e diz respeito ao fim dos tradicionais 90 minutos de jogo, visando combater as frequentes perdas de tempo durante as partidas.
Para o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, essas mudanças precisam ser muito bem analisadas e estudadas, pois podem impactar profundamente o produto futebol, dentro e fora das quatro linhas. Na visão dele, é errado dizer que o futebol esteja perdendo interesse.
Neste cenário atual, o futebol não apenas mantém seu público, mas também continua a crescer. No entanto, é essencial permanecer dinâmico e receptivo às mudanças nas preferências do público e nos comportamentos dos praticantes do esporte, incluindo jogadores, treinadores, comissão técnica e dirigentes”, afirma.
Yuri Romão, presidente do Sport, reconhece a importância de medidas que visem a melhoria do futebol como negócio e também dentro de campo.
“Esses movimentos são cruciais, desde que tragam melhorias para o produto. Assim como vimos transformações significativas na NBA e na Fórmula 1 ao longo dos anos, com regras antes consideradas imutáveis agora sendo adaptadas para atrair interesse e engajamento, o futebol também precisa se adaptar. No entanto, é fundamental que sejam realizados testes e que todas as partes envolvidas sejam ouvidas, pois devemos estar atentos às mudanças na sociedade como um todo”, destaca.
Reflexão sobre questões importantes Uma análise recente conduzida pelo Grupo Consumoteca revela que 64% dos jovens da geração Z acreditam que o futebol deve se comprometer mais com questões como homofobia, racismo e machismo. Para esse público, é crucial que o esporte reflita temas relevantes para a sociedade. Além disso, 27% afirmam que abandonariam o apoio a seu time em caso de envolvimento em questões de preconceito de gênero, racial ou escândalos políticos.
Um exemplo emblemático entre os atletas brasileiros é Vinicius Junior. O atacante do Real Madrid, de 23 anos, conquistou apoio internacional após enfrentar insultos racistas em diversas partidas do Campeonato Espanhol. Sua luta contra o preconceito racial fortaleceu ainda mais sua conexão com os seguidores nas redes sociais.